Por dentro do marketing do Google: o desafio de compreender diversidade, equidade e inclusão

Trabalhar com foco em diversidade, equidade e inclusão (DEI) exige preparo. Em parceria com a consultoria estratégica BOX1824 e o instituto de pesquisa Quantas, o Google produziu uma pesquisa para compreender as populações minorizadas no Brasil. Nathalia Andrijic e Samuel Moreschi, ambos Research & Insights Managers do Google Latam, e Sereno Moreno, Strategy Director da BOX1824, contam como foi feito esse trabalho.

Já era hora: a discussão sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho ganhou protagonismo nos últimos anos. No entanto, discutir essas questões e planejar estratégias com o objetivo de mitigar desigualdades sistêmicas da sociedade não pode ser feito de forma leviana.

É necessário preparo. E uma das fontes mais ricas para isso são pesquisas capazes de gerar conhecimento estruturado, aprofundado e baseado em fatos concretos. Aqui no Marketing do Google levamos isso a sério e estamos em um processo constante de aperfeiçoamento da nossa capacidade de tratar diversidade, equidade e inclusão, os três diferentes conceitos que formam a sigla DEI.

Agir para além do falar: é preciso refletir o que nós, indivíduos e empresas, fazemos para mudar o cenário de diversidade, equidade e inclusão no Brasil.

Recentemente, demos um passo importante nesse sentido — um passo que pode inspirar e ajudar a sua marca a seguir no mesmo caminho. Trata-se do estudo Repare as Diversidades, que produzimos aqui no Google Latam junto com a BOX1824 e a Quantas. Essa parceria permitiu conduzir uma pesquisa autêntica e relevante, com a criação de uma narrativa a partir de dados estruturados sobre a diversidade no Brasil de 2022.

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Isso inclui, é claro, trabalhar junto a um time diverso em si, com vozes distintas capazes de contribuir para o processo como um todo. Agir para além do falar, inclusive, foi um dos aprendizados mais destacados nesse sentido: é preciso refletir o que nós, como indivíduos e empresas, estamos fazendo hoje para mudar o cenário de diversidade, equidade e inclusão no Brasil.

Os dados da pesquisa são uma provocação. Eles deixam claro o quanto nossa realidade é dura e injusta. E o quanto mudanças urgentes são necessárias. Em breve, publicaremos esse material completo e também um artigo no formato de Visual Stories aqui no Think with Google com os maiores destaques sobre a pesquisa.

Mas para já dar um gostinho do que vem por aí, convidamos Sereno Moreno, Strategy Director da BOX1824, para uma entrevista sobre o estudo Repare as Diversidades.

Sereno, quando o estudo começou a ser desenhado, quais eram as principais dúvidas sobre como executá-lo?

Nós tivemos dois grandes desafios nesse estudo. Em primeiro lugar, como chegar às amostras representativas de cada população minorizada, considerando todas as interseccionalidades no momento da análise dos dados quantitativos. Logo em seguida, talvez ainda mais difícil, como criar uma narrativa que gerasse engajamento no leitor, no sentido de despertar empatia e desejo de transformar a realidade dessas populações.

A solução foi apostar em muitas histórias e depoimentos de pessoas reais para humanizar nossos dados. Isso nos ajuda a gerar uma conexão com o leitor, seja ele um aliado nessa luta ou não.

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E como foi feito o recrutamento dos participantes? Essa etapa demandou muito cuidado?

Na verdade nós fizemos um recrutamento muito criterioso para garantir que iríamos conversar com pessoas que não apenas vivenciam essas realidades sobre as quais estamos falando, mas também lutam por uma transformação social, seja por meio do diálogo, seja articulando com atores do poder público e privado nesse processo.

A discussão sobre diversidade e inclusão pode ser muito delicada. Quais foram as dificuldades quanto a quebrar a barreira e conseguir franqueza no relato dos entrevistados?

É óbvio que relatar dores profundas é muito difícil, então pedir para que as pessoas relembrem certas histórias pode ser muito sensível. As entrevistas sempre buscavam se aprofundar em experiências traumáticas e muitas vezes isso tornava bastante complexa a condução das conversas, inclusive a imparcialidade dos entrevistadores.

É justamente por traduzir e trazer à tona tudo isso que uma pesquisa como Repare as Diversidades é tão importante.

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E, por outro lado, quais foram as principais questões levantadas em campo, enquanto as pessoas contavam suas histórias?

Bom, na fase qualitativa foi muito triste constatar que o lar (e a família) é um dos espaços mais violentos para grande parte das populações minorizadas, especialmente para a população LGBTQIAP+.

De certa forma, parece um contrasenso. Nós tendemos a pensar que o lar, a família, são espaços de conforto e acolhimento. Porém os dados mostram que a convivência dentro de casa tende a ser muito dura para essas pessoas. Infelizmente, quando saem de casa essa violência também não se reduz.

Por fim, o que marcou a etapa de análises e consolidação dos resultados?

O que mais marcou foi ver que os dados corroboram a tese da interseccionalidade, ou seja, pessoas que carregam mais marcadores sociais (por exemplo, uma mulher trans, preta e pobre) sofrem muito mais violência do que as pessoas que também pertencem a populações minorizadas, mas com menos marcadores sociais (por exemplo, um homem gay, rico e branco).

3 dicas para empresas que apostam em DEI

  • Olhe para o lado: faça uma reflexão sobre o quanto há de diversidade, equidade e inclusão nos espaços onde você atua, tanto pessoais quanto profissionais. Vale lembrar que esses são três conceitos diferentes entre si.
  • Olhe para fora: é necessário buscar conhecimento em discussões sobre DEI e trabalhar a empatia para compreender desigualdades sistêmicas que podem escapar à nossa experiência de vida.
  • Parta para a ação: discutir não é o suficiente. É uma responsabilidade coletiva agir para reverter o cenário de violência e preconceito contra os grupos minorizados no Brasil e no mundo.

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