Nova rota para startups: equilíbrio entre crescimento e rentabilidade

Depois de um ciclo de abundância de capital que acelerou a criação dos unicórnios brasileiros, tanto o Brasil como o mundo passaram a enfrentar um novo cenário econômico, no qual os desafios são uma constante. A combinação da pandemia com a crise energética, a guerra na Ucrânia, a maior inflação nos EUA dos últimos 40 anos, o impacto na bolsa de valores e nos países emergentes, além da flutuante variação entre dólar e real, trouxe questionamentos importantes sobre o crescimento acelerado das startups.

Antes, com juros baixo ou negativo, não era uma prioridade os retornos financeiros imediatos ou no futuro. Uma vez que o cenário era de “dinheiro barato” disponível, a prioridade era construir um crescimento acelerado da base de clientes, em vez de focar em ter rentabilidade no presente.

A importância do CAC (uma visão executiva do mercado). 1) Baixo crescimento, fluxo de caixa eficiente. 2) Alto crescimento, fluxo de caixa eficiente. 3) Baixo crescimento, fluxo de caixa ineficiente. 4) Alto crescimento, fluxo de caixa ineficiente.

Com esse novo contexto econômico mundial, as startups precisam mudar a rota. Agora, gerar caixa operacional é tão importante quanto crescer. Ou seja, há uma nova regra do mercado: o equilíbrio entre crescimento e rentabilidade. Mas como fazer isso?

Uma visão executiva do mercado

A principal estratégia adotada pelas empresas quando querem ser eficientes em caixa é cortar custos. Embora pareça um caminho lógico, é comum que esse corte aconteça nas linhas de aquisição e crescimento, o que traz alguns riscos. Parar de crescer quando ainda há espaço a conquistar pode levar as empresas a saírem da competição e deixarem o espaço não capturado para os concorrentes, principalmente aqueles com gestão equilibrada de crescimento e rentabilidade.

44% foi a queda do volume de investimentos em startups no primeiro semestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano anterior. E mais de 2 mil profissionais que trabalhavam em startups perderam seus empregos neste ano.

Para pensar em melhores estratégias, observe o gráfico acima. Percebemos que a era do crescimento que vivemos nos últimos anos se encontra no quadrante 4, no qual há um alto crescimento de base e gestão de caixa ineficiente. Porém, o contexto atual impõe a necessidade de olharmos também para um outro eixo, o de retorno do dinheiro investido (Payback).

É importante ter cuidado para não cair na armadilha de, por conta da pressão por rentabilidade exigida agora pelos investidores, simplesmente cortar custos e migrar para o primeiro quadrante, espaço este em que as empresas devem estar somente quando atingirem sua maturidade máxima de mercado. Estar no quadrante 1 por conta de corte de custos significa oportunidade para os concorrentes. O foco deve ser operar dentro do segundo quadrante, de alto crescimento e caixa eficiente, no qual os negócios se mantêm saudáveis e longevos.

E, nesse sentido, através de pilares estratégicos de atuação, o Google pode ser um parceiro fundamental para alcançar uma gestão equilibrada de crescimento e rentabilidade, alavancando as empresas nas seguintes áreas:

Visão estratégica para uma gestão equilibrada

  1. Aquisição inteligente: capturar novos clientes que tragam rentabilidade em menores janelas de tempo. Foco deixa de ser CAC (custo por aquisição) e passa a ser ROAs (rentabilidade e gestão de portfólio de clientes).
  2. Care: reter e rentabilizar a base de usuários diante de um cenário mais complexo e competitivo. Estratégias ancoradas nos conceitos de Upsell, Cross sell e Churn.
  3. Consideração: capacidade de as marcas apoiarem o processo de decisão e influenciarem a jornada do consumidor com produtos e experiências, sendo assim mais reconhecidas. Essa etapa gera interesse e lift na marca, e contribui também com os passos anteriores.

Para que essas estratégias sejam efetivas e operadas em excelência, é necessário ter uma infraestrutura de informação e iniciativas de integração de dados entre Google e clientes. Não há fluidez na estratégia se não houver integração das informações.

Toda crise é também uma oportunidade, e tempos difíceis nos pedem reflexão e adaptação. Continuar a expandir seus mercados, investir em suas marcas, mas garantir também uma melhor eficiência operacional, são métodos relevantes para sair da crise e ir além das estratégias de defesa — corte de custos, redução de investimentos e enxugamento de pessoas.

É preciso mudar a mentalidade atual de “winner takes it all” gerenciado via CAC médio para uma gestão de equilíbrio entre crescimento e valor, combinando perfeitamente o planejamento tradicional — e necessário — com a capacidade de adequação ao novo.

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