O Brasil é o sétimo país no mundo com o maior número de empreendedores.1 Em 2021, 78% dos empregos formais gerados no mercado brasileiro foram provenientes de pequenas empresas.2 Nesse mesmo ano, o número de pessoas à frente de um negócio com mais de três anos e meio voltou a crescer.3
Empreender no Brasil, no entanto, não é uma conversa apenas sobre business. Somente no segundo trimestre de 2022, o número de pessoas desempregadas chegou a 10,1 milhões no país.4 E segundo a PNAD Contínua, a desocupação entre pessoas pretas e pardas permanece acima da média nacional, com 11,3% e 10,9% respectivamente.5
Nesse contexto, ser empreendedor é uma forma de lidar com a falta de oportunidades no mercado para muita gente no país. Uma situação que fica ainda mais evidente quando falamos de pessoas negras.
Para entender as motivações e os desafios da população negra ao empreender, o Google realizou, em parceria com a Box 1824, o estudo “#CoisaDePreto: uma pesquisa sobre a real jornada dos afroempreendedores brasileiros”. A ideia é entender o que leva pessoas brancas e negras a esse universo, quais são as diferenças de oportunidade nessa jornada, e como empresas, em especial o ramo da tecnologia, podem contribuir para diminuir as desigualdades enfrentadas pelos mais de 14 milhões de afroempreendedores do país.6
A real jornada dos afroempreendedores
As motivações que levam pessoas negras a empreender são diferentes dos incentivos que fazem as pessoas brancas abrirem novos negócios. No geral, o que se observa são três causas principais para os afroempreendedores começarem suas jornadas: por sobrevivência, para ter mais autonomia e em busca de sucesso.
A pesquisa também identificou os desafios enfrentados em cada etapa dessa trajetória. Por exemplo, um dos principais obstáculos para que pessoas negras consigam escalar seus negócios continua sendo o acesso ao crédito. “Ainda existe um estereótipo quando se fala de empreendedores negros e de comunidade; mesmo que sejamos a maioria e movimentemos juntos trilhões de reais, somos sempre vistos única e exclusivamente como um fator social, como organizações sem fins lucrativos. Isso dificulta o acesso ao crédito”, explica Leandro Dias, Fundador do banco digital AkinTec e Doutor em Economia pelo Insper.
Para os afroempreendedores, o negócio não é só um símbolo de status ou de autonomia como para pessoas brancas, e sim uma fuga para a sobrevivência.
– Leandro Dias, Fundador do banco digital AkinTec e Doutor em Economia pelo Insper.
A partir das perspectivas trazida pelos entrevistados no estudo, foram identificados cinco muros a serem transpostos:
- Muro da decisão: enfrentar o dilema entre se arriscar para assumir mais dívidas ou não empreender.
- Muro do desconhecimento: tomar decisões de negócios sem amparo e com base na emoção.
- Muro da separação: especializar-se ainda mais no seu negócio.
- Muro da solidão: encarar sozinho os desafios de crescimento do negócio.
- Muro da prosperidade: conseguir investimento para escalar o negócios.
Assista à sessão abaixo para entender as motivacões e os desafios na hora de negros e brancos empreenderem.
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